Celebrando nossos 21 anos, relembramos algumas das nossas ações em 2022.
O ano foi de muito debate público e nessa área fizemos diferença. Foram três campanhas que colocamos nas ruas e nas redes, com distribuição de materiais, intervenções no espaço urbano e protestos: “No seco não dá”, alertando para cortes do governo federal na compra de insumos de prevenção do HIV; “LGBTI+ não vota em fascista”, que conectou o Dia Internacional de Combate à LGBTIfobia e o processo eleitoral; e o ato “Sapatos vermelhos”, que denunciou o corte de verbas federais para o tratamento do HIV/Aids.
Estivemos em inúmeras atividades de articulação entre movimentos sociais, agentes públicos e universidades. No nosso estado, marcamos presença em Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Guaíba, São Leopoldo, Charqueadas, Eldorado do Sul, Viamão e Gramado. Pelo Brasil, estivemos em São Paulo, Brasília, Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Norte, sem contar atividades on-line com instituições de Minas Gerais, Bahia e Acre.
Nosso serviço de atendimento e acolhimento ampliou suas atividades de três para cinco dias por semana. Foram atendidas 274 novas pessoas, havendo um crescimento de 129% em relação a 2021 – hoje o serviço conta com 486 usuários cadastrados. O número de atendimentos também cresceu: foram 1.636 no ano de 2022. Nosso Ambulatório de Psicologia acompanhou 29 pessoas oferecendo atendimento psicoterapêutico individual. Também ampliamos nossos atendimentos em grupo: hoje contamos com um grupo semanal de saúde mental para pessoas LGBTI+ que ao longo do ano teve 38 encontros, e um grupo de convivência quinzenal para pessoas vivendo com HIV/Aids que se reuniu 16 vezes.
Acreditamos num saber construído a partir das experiências aprendidas com as pessoas que atendemos, por isso neste ano fomos campo para formação de profissionais das residências em Atenção Primária à Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e em Dermatologia Sanitária da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, bem como campo de estágio em psicologia, serviço social e direito.
Outras ações de assistência incluem a distribuição de aproximadamente 6 toneladas de alimentos, 195 kits de produtos de limpeza, 250 kits de higiene bucal, e 780 vales-transporte assistenciais, realizando um investimento de R$ 40 mil captados em financiamentos privados, além de doações pontuais de alimentos realizadas por empresas e apoiadores individuais.
Em parceria com a Coordenação de IST/AIDS da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, foram distribuídos mais de 15 mil preservativos externos, 3 mil preservativos internos, além de autotestes para triagem de HIV. Durante os meses de inverno, também recebemos doações e distribuímos agasalhos e calçados para a população atendida em nosso serviço de atendimento.
Movimentar a comunidade também fez parte do nosso ano. Estivemos presentes em diversos atos e protestos coletivos em Porto Alegre. Na capital, também participamos da organização da 25ª Parada Livre de Porto Alegre, a primeira presencial após a Covid-19.
Parcerias com outras organizações marcaram o nosso ano. Além de construir redes com serviços públicos e organizações da sociedade civil para fluxos de encaminhamento de usuários, e da cooperação interinstitucional com o Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRGS para atendimento da população, também tivemos parcerias para a realização de eventos: com a Visual Aids, ONG de Nova York, realizamos pela primeira vez em Porto Alegre o “Dia Sem Arte”, na Cinemateca Capitólio, mostra internacional de cinema alusiva ao Dia Mundial de Combate à AIDS; em parceria com o Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre, realizamos mais uma edição de nossos cine-debates, dessa vez na Fundação Iberê Camargo.
Em 2022 também comemoramos uma de nossas parcerias mais duradouras, o projeto “Passagens: gênero, sexualidade e justiça criminal”, iniciativa apoiada pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos que completou quatro anos promovendo pesquisa e levantamento de dados sobre a questão penitenciária no Brasil, atendimento de pessoas LGBTI+ privadas de liberdade e qualificação de agentes públicos nesse tema.
No controle social, consolidamos nossa participação em importantes espaços, como o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, Fórum Estadual de Educação do RS, Comissão de IST/Aids do Conselho Estadual de Saúde do RS, Conselho Municipal de Direitos Humanos de Porto Alegre, além da presidência do Conselho Estadual de Promoção dos Direitos LGBT do Rio Grande do Sul.
O desenvolvimento de todas essas ações é o fruto da construção coletiva de nossas equipes e de pessoas voluntárias que acreditam nos nossos objetivos. São atualmente 14 pessoas ativistas dedicadas aos atendimentos sociais e psicológicos, 5 profissionais em nosso núcleo jurídico e 4 ativistas em nosso núcleo de comunicação, além de pessoas voluntárias e prestadoras de serviço em atendimento, limpeza, trabalho administrativo, contábil e design.
Nosso trabalho em 2022 também foi possível através do suporte de instituições apoiadoras. Nossos apoios ocorreram através do financiamento de projetos e apoio institucional junto ao Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fundo Positivo, e Doritos Rainbow; doadores diretos, como Cabaret POA, Lenovo, Starbucks e Dia Estúdio; bem como apoio para serviços, a exemplo de nosso segundo ano de parceria com a Cartola Conteúdo.
E claro, graças a você que contribui diretamente com nossas atividades através de doações pontuais ou da assinatura do nosso financiamento coletivo!
Neste 10 de dezembro, cientes dos desafios de 2023, comemoramos nosso trabalho, agradecemos o apoio recebido e convidamos você para se somar às nossas iniciativas!
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