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Campanha Uma travesti para o STF

ALGUM DIA TEREMOS UMA TRAVESTI NO STF?



Quem nos julga? É possível um país mais igualitário e diverso sem instituições que refletem essa diversidade? Recentemente, temos observado campanhas pela diversidade no Poder Judiciário, reivindicando a indicação de uma mulher negra para a vaga de Ministra do Supremo Tribunal Federal. Hoje a mais alta Corte do Judiciário é formada por nove homens e apenas uma mulher. Todos os seus membros são pessoas brancas e cisgênero.


Pensando nessa ausência de representatividade que revela o machismo e o racismo das instituições brasileiras, paramos e nos perguntamos: algum dia teremos uma travesti Ministra do STF? Essa pergunta motivou a criação da campanha, que pretende provocar e ampliar o debate por um Judiciário mais diverso. Ao reivindicar a presença de uma travesti no STF, queremos alertar nosso público para como estamos tolerando que parcelas importantes da população permaneçam distantes dos espaços de poder. Se hoje não conseguimos refletir no STF a presença de mulheres negras na construção de nosso país, quando veremos mulheres trans e travestis ocuparem um espaço de poder como esse?


Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça revelou que pouco mais de 12% dos membros do Judiciário são negros, e que somente 5% da magistratura é composta por mulheres negras. "Isso não reflete a realidade da população e mostra o quanto são urgentes as campanhas que reivindicaram que o Presidente Lula indicasse uma mulher negra para Ministra do Supremo" afirmou Caio Klein, diretor da Somos. Sobre a população LGBTI+, sequer existem dados sobre sua presença nos tribunais, e não temos notícia de pessoas trans e travestis exercendo a magistratura.


A campanha "Uma travesti no STF" quer provocar, debater, revoltar e exigir que todos os espaços de poder devem refletir a sociedade brasileira, que é formada por mulheres, pessoas negras e indígenas, pessoas com deficiência e que tem forte presença LGBTI+. Nós também temos condições de governar, legislar, julgar e construir nosso país. Ao não perceber, ou minimizar a importância disso, setores da esquerda se afastam ainda mais de sua base.


Criador da arte da campanha, o artista visual e ex-diretor da Somos, Sandro Ka, buscou traduzir em imagem a busca por uma justiça mais diversa: "me apropriei da imagem da deusa Têmis, guardiã imparcial da Justiça e dona da balança, numa versão diferente daquela que conhecemos. Uma versão ousada e subversiva, carinhosamente marcada por um beijo vermelho de gratidão". O visual da campanha ressignifica a silhueta da estátua "A Justiça", presente na Praça dos Três Poderes, em frente à sede do STF. "A justiça é cega mas não é boba. Ela cuida, mas também provoca a transgressão. Pela importância das mudanças, uma travesti no STF", afirma Ka.


Por um Judiciário com diversidade sexual e de gênero, com pluralidade de cor e etnia, com corpos diversos, que reflita a nossa realidade: uma travesti no STF!








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