8 de março é considerado o dia internacional da mulher, uma data global para relembrar e colocar em pauta questões sociais, econômicas, culturais e políticas relacionadas às lutas das mulheres. Mas, o que isso tem a ver com movimento LGBTI+?
Estes dois movimentos, embora distintos nas suas origens e foco, partilham um fio condutor comum de luta pela justiça, igualdade e oposição a estruturas opressivas.
Na base de ambos os movimentos, está a busca por autonomia sobre o próprio corpo e identidade. O movimento das mulheres defende o direito de escolhas sobre as suas vidas, corpos e futuros, livres do controle e da coerção patriarcal.
Da mesma forma, o movimento LGBTI+ defende a liberdade de expressar gênero e sexualidade de forma autêntica, sem medo de discriminação ou perseguição.
Ao reconhecer e afirmar o direito de cada indivíduo à autodeterminação, tanto o movimento das mulheres como o movimento LGBTI+ desafiam as normas restritivas que procuram confinar e oprimir as comunidades marginalizadas.
No cenário brasileiro, utilizar dessa data para dar voz às lutas de mulheres lésbicas, bissexuais e pessoas trans é essencial. E os próprios dados nacionais demonstram e justificam essa necessidade.
Dados do I LesboCenso Nacional: Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil revelaram que 79% das mulheres entrevistadas já sofreram algum tipo de lesbofobia. Entre os casos mais frequentes estão assédio moral, assédio sexual e violência psicológica.
Segundo outro levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais, em 2023 foram cometidos 145 mortes por assassinato de pessoas trans, um aumento de 10,7% em relação ao ano anterior. Além disso, foram constatados 136 assassinatos contra travestis e mulheres trans.
Diante desses números, torna-se imperativo não apenas reconhecer, mas também agir para combater a violência e a discriminação enfrentadas por essas comunidades marginalizadas.
O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade de dar destaque às experiências distintas de diversas mulheres. Destacar as injustiças e combater as desigualdades enfrentadas por grupos marginalizados é um compromisso de todas as pessoas para criação de uma sociedade mais igualitária.
Texto: Louise da Campo
Crédito imagem: Unsplash
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