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Visibilidade Trans e usuárias do grupo de convivência



“A violência contra pessoas trans só diminuirá com a normalização de seus corpos, e isso vai acontecer a partir do momento em que formos visíveis e respeitadas cada vez em mais espaços”.

Pessoas trans são muito marginalizadas e excluídas de espaços devido a uma cultura preconceituosa e discriminatória que imperou por anos em nossa sociedade. Pessoas trans sempre tiveram que lutar muito para continuarem vivas. Neste 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, convidamos as pessoas trans usuárias do nosso serviço de atendimento para refletirem sobre suas vidas e vivências. Todas são participantes do grupo de convivência para LGBTI+, que desde 2022 realiza encontros semanais para pessoas da nossa comunidade.

As histórias contadas no grupo remetem ao desafio da comunidade trans de lutar contra o preconceito e a violência recorrente para obter empregabilidade, para continuar estudando, para sobreviver quando são expulsas de casa ainda crianças ou adolescentes, muitas vezes sendo de certa forma expulsas também de espaços como a escola, universidade e de oportunidades justas de trabalho.

“Até muito pouco tempo atrás, pessoas trans muitas vezes eram mostradas de forma estereotipada na grande mídia, que muitas vezes as desumaniza e retrata como aberrações ou atrações de circo, sem respeito por elas como seres humanos que são”, afirma Guinevere Ramires, participante do grupo.

Isso faz com que pessoas trans muitas vezes não consigam achar figuras em quem se espelhar ou se identificar para se sentirem confortáveis com seus corpos e suas identidades, e as faz se sentirem sozinhas e solitárias com suas questões.

“Muitas acham que não podem ser do jeito que são, por não verem exemplos de outras pessoas trans que riem, choram, trabalham, estudam e que apesar de também sofrerem, são pessoas válidas, que também vivem alegrias e são dignas de amor”, agrega Guinevere, o que causa um sofrimento enorme que prejudica muito a saúde mental dessa população, e muitas vezes leva ao adoecimento e até a morte.

A visibilidade de pessoas trans faz o assunto ser discutido e ajuda a diminuir preconceitos sobre o assunto, o que evita “fakes news” e ajuda a diminuir a transfobia por desconhecimento sobre o tema: “pessoas trans também assistem TV, consomem informação, contratam e votam, portanto têm o direito de ter representantes nos mais diversos setores”, agrega.

O grupo de convivência para pessoas LGBTI+ da ONG Somos é um espaço terapêutico para troca de experiências e atendimento em grupo, com encontros que acontecem todas as sextas-feiras, a partir das 14 horas, na Rua Uruguai, 300, 1º andar, com a facilitação de profissionais da psicologia para o fortalecimento de vínculos e encaminhamento de demandas psicossociais.

Entre em contato para mais informações: +51 3062 0070.

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